Fisioterapeuta
“Meu nome é Ir. Petra-Maria. Sou fisioterapeuta.” Quase sempre, é assim ou de modo semelhante, que inicia o meu primeiro encontro com o próximo paciente. Há quatro anos, trabalho em uma clínica em Coblença, bem perto de Schoenstatt, na Alemanha.
E os teus colegas de trabalho?
“As pessoas sabem que você é uma religiosa?” Perguntou-me um dia um conhecido, quando conversamos sobre o meu trabalho. Sim, meus colegas de trabalho sabem disto. Eles me chamam pelo meu nome de Irmã, que está no meu crachá. Mas, como eu não ando com o traje de Irmã, mas com o uniforme prescrito para o trabalho, quase nenhum paciente sabe com quem está tratando. Alguns deles fazem perguntas, como exemplo: “A senhora é uma religiosa?” Com alegria, posso responder: “Sim, sou uma Irmã de Maria de Schoenstatt. Você conhece Schoenstatt?” Não raramente, acontecem diálogos interessantes sobre Schoenstatt, a Igreja, a fé.
Isto é genial!
Uma paciente, muito admirada, me disse que não tinha consciência que eu sou uma religiosa, que usa traje civil e que vou para o trabalho, em vez de estar atrás dos muros de um mosteiro. Expliquei a ela que as comunidades religiosas que vivem em mosteiros também têm direito a existir. Eles têm também hoje uma grande tarefa. Contudo, nosso Fundador, o Padre José Kentenich, queria fundar conosco um novo tipo de Comunidade: Nós devemos estar no “mundo”, isto é, junto das pessoas, e levar as pessoas para Deus. Então, ela disse: “Isto é genial!” –Minha resposta entusiasmada: “Eu também acho isto genial!”
Algo fora do comum!
Um dia encontrei com uma colega que tinha algumas perguntas a me fazer e, com prazer, eu as queria esclarecer. Por isso, numa tarde, fizemos um passeio às margens do rio Reno. Era uma bela tarde de verão e tivemos um interessante diálogo, no qual nos conhecemos melhor. Para ela, que cresceu sem religião, eu, como Irmã de Maria de Schoenstatt, sou um ser fora do comum. Rezar sempre, viver um estilo de vida virginal, pertencer a uma comunidade, descobrir Deus em todos os acontecimentos – isto e outros fatos, que são totalmente estranhos para ela. Contou-me também de suas experiências de desilusão com a Igreja, em diferentes situações. Pude vivenciar o que isto significa para ela. Nós duas somos bem diferentes, mas nos respeitamos e podemos trabalhar juntas muito harmoniosamente, para o bem de nossos pacientes.
“A dignidade humana dos pacientes está em primeiro lugar.” Esta é a regra para o meu trabalho em equipe!
Em nosso hospital, já há algum tempo, há uma clínica para casos graves de geriatria. Ali trabalhamos para e com pessoas idosas, em uma equipe multiprofissional de: médicos, cuidadores, assistentes sociais, terapeutas etc. Quem conhece hoje a situação dos hospitais, na Alemanha, não se admira que, apesar de todo o progresso e responsabilidade, nem sempre tudo corre bem. Um dia, em nossa Equipe, que ainda está sendo formada, havia tantas tensões que deveria urgentemente serem resolvidas. Sob a direção do responsável do serviço de atendimento, começamos a elaborar critérios que deveriam ser obrigatórias para nosso trabalho em equipe. Em uma reunião, foram apresentados vários pontos. Cada um devia anotá-los e depois apresentar o que considerava mais importante. Escrevi: “A dignidade humana dos pacientes está em primeiro lugar!” Todos concordaram e, com pequenas mudanças, isso foi colocado como primeiro ponto, numa lista que contém muitas outras sugestões preciosas.
Realizável na Aliança de Amor
O conceito “dignidade humana” tem um grande significado para mim, pessoalmente. Cada pessoa, seja ela jovem ou idosa, saudável ou doente, possui uma insubstituível dignidade, porque ela é amada por Deus. Essa dignidade precisa ser protegida – também na Europa Central com modernos recursos de saúde – e precisa moldar todo o dia de trabalho. A força para me empenhar por ela, sempre com novas forças, eu recebo da Aliança de Amor com a Mãe de Deus, a Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt.