No final da Santa Missa da Noite de Natal com o Papa Francisco na Basílica de S. Pedro, era inevitável peregrinar ao presépio da praça de S. Pedro para adorar o Menino nascido nessa noite. Passando pelo meio da multidão, que manifestava a sua alegria entoando músicas natalícias dos diversos países ou fazendo videochamadas e fotografias, chegámos perto do presépio, aquele que recorda e homenageia o primeiro presépio vivo promovido por S. Francisco de Assis precisamente há 800 anos. Nos dias anteriores já se tinha admirado e fotografado o presépio, mas sem o Menino Jesus.
Onde estava o bebê Jesus?
Esta era a noite que todos nós esperávamos para ir “à gruta de Belém” adorar o Menino na manjedoura. E qual foi a surpresa e a desilusão, por um instante, quando os nossos olhos encontraram a manjedoura vazia.
Ainda não tinham colocado Jesus? Sim, ali já estava o Rei do Presépio, mas não na manjedoura, não nos braços de Maria ou José, mas nos braços de Francisco, aquele de Assis, tal como conta a história daquela noite de Natal em Greccio, quando Jesus apareceu sorrindo na manjedoura e Francisco pegou-o nos seus braços. E, todas as pessoas que o viram, regressaram as suas casas com o coração cheio de alegria.
Para o local de origem do berço vivo
Essa alegria sentida outrora despertou em nós a desejo de peregrinar às origens. Algumas de nós, Irmãs de Maria da filial de Roma, pusemo-nos a caminho de Greccio, em Rieti, a pequena localidade onde nasceu a tradição do presépio com o burro e o boi. Mas antes desse destino, fizemos uma outra paragem, seguindo os passos de Francisco. Subimos a montanha da floresta de Fonte Colombo, onde Francisco, regressando de uma das suas viagens, se deteve ali para ser operado a um grave problema nos olhos. Vendo aquela paisagem, não é difícil de perceber que a natureza inspirou Francesco a escolher esse lugar para escrever a Regola. Cada rocha, cada pedra fala de uma história com pessoas concretas, como a gruta “Sacro Speco”, situada na encosta da montanha. Ali tudo é sagrado, porque Deus se fez presente e fez daquele pedacinho de monte “o novo Sinai”.
Descendo o monte e poucos minutos depois subindo um outro ainda mais íngreme se encontra a gruta do primeiro presépio vivente. Talvez seja neste ponto que se começa a pensar o que seria percorrer este caminho a pé, ou com um transporte daquele tempo, por caminhos árduos de animais no meio da floresta e das rochas, sempre subindo ou descendo, tempestades e neve. Ao mesmo tempo se começa a entender Francisco, quando ele louva Deus através da criação e das criaturas, pois a beleza e a grandiosidade de tudo o que os nossos olhos alcançam elevam a alma e o coração.
Um milagre de amor, o sorriso de Deus
Em Greccio o ponto alto é precisamente a gruta onde se deu o milagre da Noite Santa de modo palpável. Diz-se que Francisco teve uma forte vivência da Natividade de Jesus quando visitou a Terra Santa e quis proporcionar essa experiência às pessoas a quem pregava, pois naquele tempo as celebrações eram em latim. Por isso, organizou a gruta com a manjedoura, o burro e o boi, figuras do quotidiano das pessoas. E todos que ali acorreram, vivenciaram um milagre de amor, o sorriso de Deus! A gruta está situada por baixo do antigo mosteiro franciscano, onde se pode ver a pequenez e pobreza do dormitório e dos oratórios, especialmente as celas que acolheram os grandes santos S. Francisco e S. Boaventura.
A nossa peregrinação “franciscana” levou-nos 100 quilómetros avante para Assis. O que ver em Assis em pouco tempo e por onde começar? Assis é simplesmente a cidade do padroeiro de Itália e de Santa Clara, mas que se renova no tempo e na fé com um jovem beato do nosso século, o Carlos Acutis. Vamos por partes. Entramos em Assis com a visita à Catedral de São Rufino, onde Francisco e também Clara foram batizados.
E é também nessa catedral que está o relicário com o coração do Carlos Acutis. Passo a passo, pelas ruas desta cidade antiga e tradicional, visitámos primeiro a Basílica de Santa Clara, cujo corpo está exposto e onde pudemos contemplar a exposição com as roupas usadas pela santa. Seguimos até ao Santuário onde está Carlos Acutis, local sagrado que nos toca pela simplicidade e que transmite o amor a Jesus e à Eucaristia deste jovem de jeans e sapatilhas, que parece estar simplesmente a dormir.
Carlo Acutis, santo de uma nova era
A nossa peregrinação “franciscana” levou-nos 100 quilómetros avante para Assis. O que ver em Assis em pouco tempo e por onde começar? Assis é simplesmente a cidade do padroeiro de Itália e de Santa Clara, mas que se renova no tempo e na fé com um jovem beato do nosso século, o Carlos Acutis. Vamos por partes. Entramos em Assis com a visita à Catedral de São Rufino, onde Francisco e também Clara foram batizados. E é também nessa catedral que está o relicário com o coração do Carlos Acutis. Passo a passo, pelas ruas desta cidade antiga e tradicional, visitámos primeiro a Basílica de Santa Clara, cujo corpo está exposto e onde pudemos contemplar a exposição com as roupas usadas pela santa. Seguimos até ao Santuário onde está Carlos Acutis, local sagrado que nos toca pela simplicidade e que transmite o amor a Jesus e à Eucaristia deste jovem de jeans e sapatilhas, que parece estar simplesmente a dormir. É visível, como o seu exemplo de uma santidade juvenil e do nosso século atrai a juventude de hoje, pois encontramos muitos grupos de adolescente e jovens fazendo peddy-paper sobre história de ontem e de hoje.
De facto, nós Irmãs de Maria, fomos constantemente solicitadas pelos jovens para fazer uma fotografia com o grupo, para os selfies e as “entrevistas” gravadas para não se perder qualquer palavra. “Como se faz para receber Jesus no nosso coração?”, perguntavam. Em Assis a fé está viva e atual. Por todo o lado era uma multidão e filas para entrar nos lugares sagrados. E assim foi também para visitar o túmulo de Francisco. Crentes ou não crentes, todos procuram passar junto ao padroeiro de Itália. No tempo de Natal realmente há uma certa magia em Assis, especialmente quando anoitece, e não é só pela iluminação das ruas, mas porque nas fachadas das Basílicas são projetadas imagens que recordam aquela história sagrada. E é claro que atração natalícia é o presépio quase em tamanho real diante da Basílica de S. Francisco.
Descendo o monte de Assis, terminamos a nossa peregrinação na Basílica de Santa Maria dos Anjos, o lugar onde morreu Francisco, e que foi construída para proteger e venerar a pequena Igreja chamada Porciúncula, aquela que foi restaurada pelo próprio Francisco em obediência as palavras de Deus diante o crucifixo de S. Damiano. “Francisco vai e reconstrói a minha Igreja que está em ruínas!”.
Ali surgiu a vocação de Francisco e a primeira comunidade franciscana; ali Francisco, depois de vencer a tentação, recebeu o perdão; ali Clara fez a sua consagração para toda a vida; ali Francisco chorou e acolheu cantando a “irmã morte”. Antes do regresso a Roma, ainda entramos literalmente no presépio, pois diante da Basílica foi construído uma pequena aldeia com a gruta que permitia entrar e passear pelas “ruas de Belém”.
Sem dúvida que Roma não se pode ultrapassar no que diz respeito à grandeza e riqueza histórica e cristã, mas com certeza que para nós jamais poderá existir Natal sem recordar e reviver a simplicidade que vimos e a graça que tocamos em Greccio 800 anos depois do milagre da Noite Santa no primeiro presépio vivo de Francisco!