Neste ano em que celebramos 100 anos da entrada das mulheres em Schoenstatt, somos convidados(as) pelo próprio Fundador a voltar nosso olhar à pessoa de
Ir. M. Emanuele Seyfried
“um caso preclaro de sabedoria feminina”, “extraordinariamente nobre, extraordinariamente distinta, extraordinariamente delicada”. Assim se expressou o Pe. José Kentenich por ocasião de sua eleição como Superiora Geral no ano de 1967. Também um Padre da Comunidade dos Padres de Schoenstatt testemunhou a seu respeito: “Ela foi uma mulher extraordinária, que encarnou de modo excelente os valores femininos que Schoenstatt visa dar ao mundo”[1].
Apenas esses breves relatos sobre a pessoa extraordinária que foi Ir. M. Emanuele bastariam para convencer-nos de que sua personalidade tem muito a nos dizer neste jubileu centenário das mulheres em Schoenstatt. Mas, seguindo a orientação do Pe. José Kentenich, olhemos um pouquinho mais a fundo este modelo de Mulher que, com orgulho, o Fundador pôde oferecer à Igreja.
Qual seu segredo?
À exemplo de Maria, a Mãe das Dores, se destacou por sua fortaleza, fidelidade e ampla maternidade espiritual nos difíceis anos pelo qual passou a Obra de Schoenstatt no período do exílio do Fundador. Foi conselheira, guia espiritual e arrimo para muitas pessoas, inclusive para seminaristas e sacerdotes neste período crítico em que Schoenstatt no Brasil esteve verdadeiramente à sombra da gloriosa cruz do Senhor.
Ir. M. Emanuele foi uma filha fidelíssima à pessoa e ao carisma do Fundador, o Pe. José Kentenich. Desde o início esteve profundamente vinculada a ele e, por isso, soube agir em todas as situações e conduzir a Família das Irmãs e a Família de Schoenstatt brasileira em fidelidade ao carisma e à “mens fundatoris”, ou seja, ao pensar do Fundador. Assim testemunhou o Padre Hernán Alessandri[1]: “Todos os que entravam em contato com Irmã M. Emanuele sentiam-se abrigados. Nós o experimentamos nos difíceis anos de 1959 e 1960 no Brasil. Ela era o polo tranquilo. Junto dela, cada um de nós sentia-se abrigado, valorizado e animado. Nem mesmo o bispo local, que por certo, não era a favor de Schoenstatt, pôde se furtar a esta influência. Irmã M. Emanuele sabia interpretar os processos vitais e conquistar as pessoas, justamente porque vivia profundamente ancorada em Deus”[2].
A mulher forte, quem vai encontrá-la? (Pr 31, 10)
Também o Padre Jaime Ochagavia, do Chile, testemunhou: “… Irmã M. Emanuele era uma pessoa que não queria forçar ninguém com o que dizia, queria somente oferecer, entregar, doar. Eu diria que, com essa delicadeza feminina, com este tato, ela não vinha impor, mas oferecer algo e oferecia com muito respeito, com muita delicadeza. E eu diria que irradiava o respeito, irradiava delicadeza, simplicidade.
A simplicidade dela é confiança. A confiança no Pai e Fundador, na Mãe, no Santuário, a confiança em Deus. Não era uma confiança baseada em outras capacidades ou provas. A confiança total que a Mãe triunfa, de que a Mãe vai triunfar. Era isso que ela irradiava.
Sua pessoa era transparente. (…) Era uma pessoa com uma atitude muito clara sobre a verdade. O que é verdade é verdade; o que não é verdade, não é verdade. (…) Porém, com muito respeito e sem pressionar. Uma pessoa que busca profundamente a verdade.
(…) Por outro lado, eu diria, uma pessoa muito prudente! Que possuía uma mística verdadeira, prudente, respeitosa, delicada, simples, atenciosa. (…) Todas as pessoas que a conheceram um pouco, que a escutaram, pensam que é santa; e não somente santa, mas uma santa muito especial. É um modelo, modelo de mulher schoenstattiana, modelo de Irmã de Maria de Schoenstatt. Um modelo!”[4]
Também Sr. Germano Arendes, superior dos Irmãos de Maria no Brasil no período do exílio do Fundador, testemunha: “Quando a Sagrada Escritura pergunta: ‘a mulher forte, quem vai encontrá-la?’ eu diria que isso se aplica a Irmã M. Emanuele. Portanto, uma grande mulher…”[5]
Como vemos, na personalidade de Ir. M. Emanuele refulgiu a imagem ideal da autêntica mulher mariana como o Pe. José Kentenich desejou presentear à Igreja e responder, assim, às grandes crises de nossa época, em particular, em torno da mulher.
Peçamos que a Mãe de Deus, a partir de seus Santuários de Schoenstatt, continue formando grandes mulheres para a renovação religioso-moral do mundo. Para isso, todos(as) nós queremos empenhar-nos rezando com o Pai e Fundador a singela oração do Rumo ao céu[6]:
“Torna-nos semelhantes à tua imagem,
como tu passemos pela vida.
Fortes e dignos(as), simples e bondosos,
espalhando amor, paz e alegria.
Em nós percorre o nosso tempo,
prepara-o para Cristo” (RC 609).